quarta-feira, 17 de julho de 2013
1 PASSO : Admitimos que éramos impotentes perante a nossa adicção (as drogas), que nossas vidas tinham se tornado incontrolaveis.
O primeiro passo de Alcoolicos Anonimos (A.A.) e Narcoticos Anonimos (N.A.),
de Naranon e Alanon, diz:
Admitimos que eramos impotentes perante o alcool/ adiccao/ pessoas, que
tinhamos perdido o dominio sobre nossas vidas.
O adicto e impotente diante das suas emocoes, diante da sua droga.
O alcoolatra e impotente diante do alcool
O familiar e impotente diante do seu adicto..., e, alem disso, eu
(alcoolatra, adicto ou familiar) tenho que perceber que sou impotente nao
somente diante das coisas, mas tambem diante da minha familia, diante o
transito, diante dos precos, diante da outra pessoa que trabalha comigo...
Entao nesse primeiro passo nos temos que de alguma forma eliminar os
mecanismos de defesa.
E que mecanismos sao estes? Sao mecanismos que protegem o nosso eu, porque
enquanto o familiar nao fizer o primeiro passo, enquanto o adicto, alcoolico
nao fizer o primeiro passo, o que vai acontecer? Ele vai sempre se perguntar:
Onde foi que eu errei para que isso comecasse comigo? Onde foi que eu errei
para que eu tivesse um familiar usuario de alcool e outras drogas? Onde foi
que eu errei? E na realidade nao houve erro nenhum.
Hoje existe um capitulo do CID (codigo internacional doenca) que fala somente
sobre transtornos mentais provocados por alcool e drogas. Aqui se qualquer
medico do Brasil encaminhar um paciente usuario e cocaina para tratar-se no
Japao e o medico japones nao conhecer nada da lingua portuguesa este medico
vai olhar o numero da doenca classificada no CID e vai tratar como usuario
de drogas/cocaina.
Nao e uma sem-vergonhice, a sem-vergonhice nao tras sindrome de abstinencia,
eu nunca vi ninguem por sem-vergonhice entrar em delirium tremes, eu nunca vi
por sem-vergonhice alguem entrar num quadro compulsivo, entao e uma doenca fisica,
uma doenca mental de fundo emocional, e e uma doenca de relacionamento, que dentro
dos grupos nos chamamos de doenca espiritual.
O que e espiritualidade para mim dentro dos grupos? Ha uma definicao para
espiritualidade, que eu encontrei do Prof. Caldas Auletti, no dicionario de
definicoes de 1956: Espiritualidade e a qualidade do relacionamento com quem ou
com o que e mais importante na minha vida. Entao a todo momento eu tenho que estar
me perguntando : O que e mais importante para mim na minha vida? Agora o que e
mais importante para mim na minha vida? Estar passando algum conhecimento para
voces. Se estiver no transito, o que e mais importante para mim na minha vida?
Pensar no transito. Entao espiritualidade e isso: E a qualidade do relacionamento
com quem ou com o que e mais importante na minha vida. E esse e o problema que
N.A. / A.A. traz, que ALANON / NARANON traz.
Com esse primeiro passo, com essa rendicao eu comeco a ter um contato maior comigo.
Eu elimino a negacao, eu elimino a minimizacao: Ele quando esta usando... Nao mais
usa / uso so no final de semana. Mais o final de semana para ele comeca na segunda-feira,
nao e? Ele usa a semana inteira. Entao o familiar chega e diz: mais ele e um amor sem
alcool e droga, ele e um amor de pessoa, mas... Quando e que se encontra ele sem alcool
e drogas? Dificil nao e?
Esse processo de negacao, esse processo de minimizacao, esse processo de projecao
(atribuir a outros uma coisa ou responsabilidade que e sua) da suporte para que os
familiares digam: ele se droga por causa das companhias. Acreditem-me nunca conheci alguem
que para comecar a usar drogas precisou ser amarrado, ninguem mesmo; ele comecou a usar
drogas por curiosidade, para fazer parte de um grupo, para desafiar pai e mae ou a autoridade
de alguem, enfim por outras razoes, menos essa de ser amarrado.
Outra coisa, o protecionismo familiar. A familia nao consegue deixar seu ente querido
"quebrar a cara", quebrar a cara que eu digo e no bom sentido, deixa ele aprender um pouco
com a vida, se nao aprender pelo amor vai aprender pela dor; nos temos que praticar um
desligamento emocional, um desligamento com amor, um desligamento dos problemas da pessoa
e nao o desligamento da pessoa.
Isso acontece tambem com o adicto, com o alcoolatra, que muitas vezes tem que se desligar
da chatice que continua sendo o familiar que esta fora de uma programacao, que nao aceita
uma ajuda e que responde da seguinte forma:
Nao... Quem bebe e ele... Quem se droga e ele, o problema e dele!
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