Admitimos perante Deus e a outro ser humano a natureza exata de nossas falhas.
Será que eu em recuperação estou sabendo dizer: desculpe-me eu errei. Será que
eu em recuperação estou dizendo: eu prejudiquei a alguém, você me desculpe eu
te prejudiquei. Ou eu continuo ainda com o nariz empinado para não olhar para
os meus pés todos sujos ainda por onde eu ando. Por que velhos caminhos levam
a velhos lugares, velhas idéias levam a velhos comportamentos. Se eu ainda
continuo tendo comportamentos de ativa, eu continuo andando pelos mesmos lugares.
Isso também serve para o familiar. Se eu estou tendo o comportamento dele como
usuário ativo, eu não estou me olhando no espelho, não estou conseguindo me
enxergar, não estou conseguindo me ver em recuperação. Por que fica muito difícil
para o familiar também, não só para o dependente, aí muito mais para o familiar,
é o familiar acreditar que está tendo sucesso na vida. Em função dos anos que
passou/viveu com o seu dependente ativo, hoje o familiar não acredita que está
vivendo um momento de tranqüilidade, o familiar duvida.
Isso o que é? É falta de humildade em reconhecer aquilo que de bom está acontecendo
na própria vida. Falta de humildade em reconhecer junto aos outros, o que de negativo
eu também já fiz, e se eu não tenho humildade suficiente para isso eu não posso
conseguir identificar as mudanças que eu tive na minha vida. Como é que eu posso
identificar a mudança se eu não tenho contato comigo?
Então esse muitas vezes é o papel que faz o familiar. É muito mais fácil enxergar o
outro, os defeitos do outro do que de si próprio. E daí o familiar se torna agressivo,
antipático, inadequado, e quando vai encostar a cabeça no travesseiro ele diz: puxa
vida... ... ..., outra vez eu briguei. É lógico! O familiar não está se olhando.
A mesma coisa acontece com o dependente. O dependente muitas vezes com a intenção
de agradar a alguém faz um inventário que é uma verdadeira historinha. Vai contar
historinha para outro e esse outro ainda concorda: _ parabéns seu inventário está
muito bom.
Só que a verdade sobre a vida dele não foi relatada. A mesma coisa acontece com o
familiar. Se alguém entra na casa de um familiar e tira um toca-fitas..., ele roubou.
Mas como foi o meu filho, não... Ele pegou para trocar com droga. Que diferença faz?
Eu fiquei sem o aparelho da mesma forma. É um roubo / furto que houve. Mas o familiar
consegue enxergar isso?
A mesma coisa acontece com dependente que não quer entrar em recuperação: é não
reconhecer que prejudicou as pessoas, e de que forma prejudicou estas pessoas. É necessário
que façamos um balanço de nossas vidas e tenhamos suficiente humildade em reconhecer as
pessoas que prejudicamos. Isso inicialmente, em primeiro momento é difícil, por isso
precisamos de assertividade.
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