quarta-feira, 18 de julho de 2012

A dádiva do desespero



"A nossa doença voltava sempre à superfície ou continuava a progredir até que, em desespero, procurámos ajuda em Narcóticos Anónimos." Texto Básico, p. 15 

Quando pensamos em desespero, vemos uma situação indesejável: uma pobre alma, de roupas sujas, a agarrar-se furiosa a algo que anseia profundamente, um ar de desespero no seu olhar. Pensamos em animais perseguidos, em crianças com fome e em nós próprios antes de encontrarmos NA. Contudo, foi o desespero que sentimos antes de chegarmos a NA que nos forçou a aceitar o Primeiro Passo. As nossas ideias haviam-se esgotado, e ficámos, por isso, abertos a novas. A nossa insanidade havia finalmente submergido o nosso muro de negação, obrigando-nos a ser honestos quanto à nossa doença. Os nossos melhores esforços para controlar haviam-nos cansado; ficámos, por isso, dispostos a render-nos. Havíamos recebido a dádiva do desespero e, como resultado, pudemos aceitar os princípios espirituais que nos permitem recuperar. O desespero é aquilo que leva, por fim, muitos de nós a pedir ajuda. Uma vez chegados a esse ponto, podemos dar meia volta e começar de novo. Tal como o animal desesperado e perseguido procura um abrigo seguro, nós também procuramos um: em Narcóticos Anónimos. 

Só por hoje: A dádiva do desespero tem-me ajudado a tornar-me honesto, com uma mente aberta e boa-vontade. Sinto-me grato por essa dádiva, pois tornou a minha recuperação possível.

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